Corremos, multiplicamos tarefas,
vestimos correntes em nome de progresso.
Chamamos futuro ao peso da dívida
e liberdade ao consumo que nos esvazia.
Entre relógios e obrigações,
vamos existindo, mas raramente vivendo.
A essência fica esquecida,
como semente guardada numa gaveta.
Viver não é acumular,
não é correr atrás do que brilha e logo se apaga.
Viver é estar presente,
respirar fundo, olhar o outro,
sentir que o instante basta.
E talvez só quando rasgarmos o véu da futilidade
descubramos que o mais raro do mundo
não é existir,
é viver de verdade.
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