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segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Quando o Silêncio Cede à Voz

Se o silêncio fosse apenas acordo,

a verdade dormiria num só leito,

e o pensamento morreria de fome,

sem o sal do contraste.

 

É no atrito que a centelha nasce,

é na divergência que o mundo respira.

Concordar sempre é abdicar do espírito,

é entregar as asas antes de voar.

 

O diálogo vive do desentendimento fértil,

não da obediência cega.

Pois pensar é arriscar-se no abismo do outro,

e ainda assim regressar inteiro,

com mais luz no olhar.

 

 

(Poema inspirado numa frase de Sigmund Freud, esta reflexão lembra-nos que a verdadeira riqueza do diálogo está na pluralidade de pensamentos. Se a concordância é total, corre-se o risco de perder a autonomia. É no contraste de ideias que nascem a consciência crítica e a possibilidade de evolução.)

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