Houve um homem que caminhou
entre cidades, desertos e histórias.
Chamaram-no Jesus, ou talvez outro nome.
Seguiu vozes, ensinou gestos, deixou perguntas.
Entre as mãos humanas e o silêncio divino,
os textos cresceram, multiplicaram-se,
alguns escritos para lembrar, outros para controlar,
para dar forma a um poder que não lhe pertencia.
Ele viveu? Fugiu? Morreu? Ou foi apenas memória viva
nas palavras de quem queria crer
e nas sombras de quem queria dominar?
A verdade escapa, como luz que se desfaz na penumbra.
O que fica são os gestos: amar, curar, desafiar.
O resto são lendas, apócrifos, estratégias de
impérios,
histórias que moldam o que pensamos e sentimos.
E nós, ainda hoje, caminhamos entre o homem e o mito,
entre o que é real e o que nos ensinaram a aceitar,
tentando encontrar, entre todas as vozes,
um lampejo do que realmente foi.
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