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segunda-feira, 15 de setembro de 2025

O Tempo da Travessia

Os mapas redesenham-se

com linhas de fogo,

fronteiras tremem,

nações testam a sua força

contra o peso da própria história.

 

Governos erguem muralhas,

mas as marés humanas avançam,

levando consigo fome, fé,

e a lembrança de terras perdidas.

 

O poder antigo racha,

coroas e pactos desfazem-se,

enquanto novas vozes

clamam por ordem, justiça

e por um futuro que não existe ainda.

 

Sonhos coletivos inflamam as ruas,

mas sem forma queimam tudo;

leis severas tentam conter a torrente,

mas sem visão sufocam a vida.

 

O mundo parte-se em dois sopros:

os que resistem ao devir,

e os que ousam atravessar o abismo.

 

E no eco do choque

restará a pergunta:

que nova ordem

pode nascer da queda dos deuses?

 

 

(Este poema foi inspirado na conjunção de Saturno e Neptuno em Carneiro, que acontecerá em fevereiro de 2026. Um encontro raro, ligado historicamente a momentos de colapso de estruturas políticas e religiosas, redefinição de fronteiras e mudanças profundas nos ideais coletivos. Pode ser um período de crises e instabilidade, em que antigas instituições perdem poder, migrações em massa ganham destaque e novos movimentos sociais ou espirituais emergem. Será um tempo em que ilusões ruirão, mas também uma oportunidade de transformar visões em realidades duradouras.)

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