Os mapas redesenham-se
com linhas de fogo,
fronteiras tremem,
nações testam a sua força
contra o peso da própria história.
Governos erguem muralhas,
mas as marés humanas avançam,
levando consigo fome, fé,
e a lembrança de terras perdidas.
O poder antigo racha,
coroas e pactos desfazem-se,
enquanto novas vozes
clamam por ordem, justiça
e por um futuro que não existe ainda.
Sonhos coletivos inflamam as ruas,
mas sem forma queimam tudo;
leis severas tentam conter a torrente,
mas sem visão sufocam a vida.
O mundo parte-se em dois sopros:
os que resistem ao devir,
e os que ousam atravessar o abismo.
E no eco do choque
restará a pergunta:
que nova ordem
pode nascer da queda dos deuses?
(Este poema foi inspirado na conjunção de Saturno e Neptuno em Carneiro, que acontecerá em fevereiro de 2026. Um encontro raro, ligado historicamente a momentos de colapso de estruturas políticas e religiosas, redefinição de fronteiras e mudanças profundas nos ideais coletivos. Pode ser um período de crises e instabilidade, em que antigas instituições perdem poder, migrações em massa ganham destaque e novos movimentos sociais ou espirituais emergem. Será um tempo em que ilusões ruirão, mas também uma oportunidade de transformar visões em realidades duradouras.)
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