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segunda-feira, 8 de setembro de 2025

O Palimpsesto Esquecido

Entre pergaminhos raspados e cânticos antigos,

Arquimedes sussurra em sombras,

seus números, fórmulas, universos,

escondidos sob salmos que nunca souberam voar.

 

Séculos se dobraram sobre o saber,

monges, sem malícia, mas com poder,

apagam estrelas da mente humana,

e o futuro aguarda, órfão de luz,

milénios antes de poder nascer.

 

O conhecimento, arrancado à força do tempo,

ecoou em silêncio, esperando olhos atentos,

como uma chama submersa,

como sementes que recusam morrer.

 

E mesmo tardio, o Palimpsesto ressurge,

um grito de metal e luz,

lembrando-nos que a razão não se rende,

que a curiosidade é imortal,

e que cada página perdida é uma história ainda a ser contada.

 

 

 

(Este poema denuncia a forma como a Igreja Católica, como instituição de poder, historicamente ocultou e destruiu conhecimento, atrasando o avanço da humanidade. O Palimpsesto de Arquimedes é símbolo desse controle: a fé institucionalizada sobrepôs-se à razão, apagando descobertas que poderiam ter transformado o mundo. Mas a verdade resiste, sempre pronta a emergir.)

 

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