O passado não dorme,
escuta o futuro
como quem espera um sinal.
No invisível,
uma partícula hesita
e só depois decide
o que sempre foi.
O tempo não é linha:
é trama que se dobra,
fio que se entrelaça
com o que ainda não nasceu.
Talvez também nós sejamos assim:
feitos de vozes antigas,
mas também de murmúrios não ditos,
de futuros que chamam
e se infiltram na raiz do que lembramos.
Cada escolha acende uma sombra
que recua,
sussurrando ao ontem:
“já me esperavas”.
E o presente,
entre dois abismos,
torna-se ponte
entre o que já foi
e o que ainda nos formará.
(Poema inspirado nspirado na teoria da
retrocausalidade e no “apagador quântico de escolha retardada”, que sugere que
o presente pode influenciar a forma como o passado se manifesta no nível
subatômico.)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.