O pior inimigo do pobre
não é sempre quem acumula,
mas quem, na mesma miséria,
se ilude dono de domínios
que nunca lhe pertencem.
A pobreza não é só ausência de pão:
é viver sem perguntas,
sem compaixão,
sem memória do outro.
É a mente que defende a corrente,
o coração que repete a voz do opressor,
o silêncio que normaliza a injustiça.
Quando os pequenos se voltam uns contra os outros,
os grandes permanecem intactos.
A verdadeira pobreza
é esquecer que somos espelhos,
e que ninguém se ergue
se todos não se levantarem juntos.
(Poema inspirado na frase de Pepe Mujica: “O pior
inimigo de um pobre é outro pobre que se acha rico e que defende aqueles que os
tornam pobres.”)
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