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domingo, 14 de setembro de 2025

Sussurros da Razão

No silêncio antes das palavras,

o universo pulsa dentro do homem.

Cada pensamento é estrela,

cada desejo, rio que corre e busca o mar.

 

Escrituras erguidas sobre medo

tentam vestir de eterno o efêmero,

mas a razão conhece o tempo:

não se compra, não se impõe, não se subjuga.

 

O poder veste-se de sagrado

e fala com voz de decreto,

mas não alcança o espírito que observa,

aquele que sente sem ceder,

que conhece suas paixões

e encontra liberdade na clareza do ser.

 

A ética não se encontra em altares,

mas na coragem de existir inteiro,

na justiça silenciosa que brota

onde ninguém vigia,

onde a vida se dá sem exigir retorno.

 

O temor se dissolve quando olhamos de frente,

o ódio perde força quando compreendido,

o prazer verdadeiro surge da lucidez,

não do impulso cego

e do desejo de domínio sobre outro.

 

A tirania é sombra passageira,

o poder humano, vento que quer dobrar árvores;

mas o homem que conhece a si mesmo

é rocha firme na tempestade,

estrela que atravessa a noite

sem esperar permissão.

 

No gesto simples, na palavra medida,

na contemplação da própria alma,

reside o sagrado:

não fora, não em tronos nem rituais,

mas dentro do coração

que aprende a agir com clareza,

a amar com consciência,

a viver com integridade.

 

E mesmo quando o mundo tenta calar,

há uma voz que persiste:

não pertence a impérios,

nem a leis humanas,

mas à essência que entende,

à vida que se dá

com razão, coragem e amor.

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