No silêncio antes das palavras,
o universo pulsa dentro do homem.
Cada pensamento é estrela,
cada desejo, rio que corre e busca o mar.
Escrituras erguidas sobre medo
tentam vestir de eterno o efêmero,
mas a razão conhece o tempo:
não se compra, não se impõe, não se subjuga.
O poder veste-se de sagrado
e fala com voz de decreto,
mas não alcança o espírito que observa,
aquele que sente sem ceder,
que conhece suas paixões
e encontra liberdade na clareza do ser.
A ética não se encontra em altares,
mas na coragem de existir inteiro,
na justiça silenciosa que brota
onde ninguém vigia,
onde a vida se dá sem exigir retorno.
O temor se dissolve quando olhamos de frente,
o ódio perde força quando compreendido,
o prazer verdadeiro surge da lucidez,
não do impulso cego
e do desejo de domínio sobre outro.
A tirania é sombra passageira,
o poder humano, vento que quer dobrar árvores;
mas o homem que conhece a si mesmo
é rocha firme na tempestade,
estrela que atravessa a noite
sem esperar permissão.
No gesto simples, na palavra medida,
na contemplação da própria alma,
reside o sagrado:
não fora, não em tronos nem rituais,
mas dentro do coração
que aprende a agir com clareza,
a amar com consciência,
a viver com integridade.
E mesmo quando o mundo tenta calar,
há uma voz que persiste:
não pertence a impérios,
nem a leis humanas,
mas à essência que entende,
à vida que se dá
com razão, coragem e amor.
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