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segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Nascimento no Abismo

A luz apaga-se,

e, no vazio do eclipse,

o tempo respira fundo.

O que parecia eterno

revela-se frágil;

o que julgávamos sólido

se desfaz em veios de sombra.

 

As barreiras trepidam,

não pelo golpe de fora,

mas pela força oculta

que sempre cresce entre os alicerces.

 

Um sopro ancestral exige

o fim das ilusões,

e mãos invisíveis rasgam véus,

mostrando o rosto cru da realidade.

 

No coração da terra,

fogo encontra água,

e a fúria choca-se com o abismo.

O que não pode conviver

despedaça-se,

mas, da colisão, nascem sementes,

minúsculas, ardentes,

promessa de um novo princípio.




(Este poema foi inspirado no “Céu Astrológico” dos dias intensos de 21 a 24 de setembro, quando o céu apresenta conjunções, oposições e quadraturas raras entre Sol, Lua, Saturno, Neptuno, Marte e Plutão. São dias de abalos profundos, em que ilusões podem ruir e estruturas rígidas se confrontam com forças de transformação inevitáveis. O que parecia seguro pode revelar fragilidade, e o que estava oculto pode emergir com intensidade. É um período em que relações frágeis podem se romper, crenças e ilusões antigas se desfazem, estruturas pessoais ou sociais rígidas são confrontadas, e hábitos que já não servem ao crescimento se tornam insustentáveis. Mais do que medo, estes dias pedem clareza e presença: reconhecer o que não pode mais ser mantido e, ao mesmo tempo, escolher, com coragem, aquilo que realmente merece permanecer. É um tempo de confrontos e tensões, mas também de renascimento, de transformação consciente e de novos caminhos que se abrem no abismo.)

 

 

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