No deserto que pedia diálogo,
caíram bombas em vez de palavras.
As mãos estendidas foram queimadas,
e a esperança, outra vez, virou cinza.
Um homem sentado no trono do medo
prefere ruídos de ferro
ao murmúrio frágil da paz.
Confunde poder com eternidade,
e esquece que até os impérios
se desfazem como poeira ao vento.
Mas mesmo na sombra da violência,
um fio invisível resiste:
o sonho de que um dia
as crianças acordem
sem herdar o ódio dos pais.
Porque nem bombas,
nem muros,
nem reis de guerra
conseguem calar para sempre
a voz suave que insiste:
a paz é a única herança digna.
(Este poema nasceu da indignação com o ataque israelita, ocorrido durante
as negociações de paz no Catar. É uma reflexão sobre como líderes, movidos pelo
medo e pelo poder, podem sabotar até as mais frágeis oportunidades de diálogo.
No entanto, entre a violência e a política, a esperança persiste, sobretudo nas
vozes das gerações que ainda sonham com uma paz real e duradoura.)
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