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terça-feira, 9 de setembro de 2025

Fogo em Doha

No deserto que pedia diálogo,

caíram bombas em vez de palavras.

As mãos estendidas foram queimadas,

e a esperança, outra vez, virou cinza.

 

Um homem sentado no trono do medo

prefere ruídos de ferro

ao murmúrio frágil da paz.

Confunde poder com eternidade,

e esquece que até os impérios

se desfazem como poeira ao vento.

 

Mas mesmo na sombra da violência,

um fio invisível resiste:

o sonho de que um dia

as crianças acordem

sem herdar o ódio dos pais.

 

Porque nem bombas,

nem muros,

nem reis de guerra

conseguem calar para sempre

a voz suave que insiste:

a paz é a única herança digna.

 

 

(Este poema nasceu da indignação com o ataque israelita, ocorrido durante as negociações de paz no Catar. É uma reflexão sobre como líderes, movidos pelo medo e pelo poder, podem sabotar até as mais frágeis oportunidades de diálogo. No entanto, entre a violência e a política, a esperança persiste, sobretudo nas vozes das gerações que ainda sonham com uma paz real e duradoura.)

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