No coração do cérebro
há proteínas que contam histórias silenciosas,
ferro escondido em cadeias de luz e sombra.
O tempo grava rugas invisíveis
no hipocampo,
onde a memória se enlaça com o aprender.
Ali, a abundância torna-se peso,
e o excesso corrói a centelha da lembrança.
Mas eis que a ciência descobre
que até o envelhecer
não é destino fechado,
mas um diálogo secreto entre células e energia.
Reduzir, aumentar, inverter;
ratinhos sonham com juventude restaurada,
e nós, olhando, sonhamos também
que a velhice não seja apenas declínio,
mas um espaço onde a vida
ainda pode reinventar-se.
Talvez um dia,
ao tocarmos o fio escondido da proteína,
aprendamos que até o esquecimento
pode ser desfeito
e que a mente, como o cosmos,
guarda sempre possibilidade de renascer.
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