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quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Ferritina

No coração do cérebro

há proteínas que contam histórias silenciosas,

ferro escondido em cadeias de luz e sombra.

 

O tempo grava rugas invisíveis

no hipocampo,

onde a memória se enlaça com o aprender.

Ali, a abundância torna-se peso,

e o excesso corrói a centelha da lembrança.

 

Mas eis que a ciência descobre

que até o envelhecer

não é destino fechado,

mas um diálogo secreto entre células e energia.

 

Reduzir, aumentar, inverter;

ratinhos sonham com juventude restaurada,

e nós, olhando, sonhamos também

que a velhice não seja apenas declínio,

mas um espaço onde a vida

ainda pode reinventar-se.

 

Talvez um dia,

ao tocarmos o fio escondido da proteína,

aprendamos que até o esquecimento

pode ser desfeito

e que a mente, como o cosmos,

guarda sempre possibilidade de renascer.

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