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quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Gelo que Chora

A Antártica grita em silêncio,

o branco derrete, recua sem perdão,

e o mar bebe o calor que deveria refletir.

 

O ciclo gira sozinho, voraz,

alimentando-se da própria destruição,

uma engrenagem invisível que não espera.

 

O Glaciar do Juízo Final estremece,

pesando sobre o futuro de todos os oceanos,

um aviso cru, sem margem para indiferença.

 

O gelo que se parte é memória que se perde,

cada centímetro arrastado para o mar

é uma cicatriz aberta no corpo da Terra.

 

Ainda podemos agir,

não para apagar o que já se foi,

mas para tentar desacelerar o inevitável.

 

O mundo observa, sente, hesita,

enquanto a Antártica chora,

e cada instante de demora faz o silêncio

ecoar mais fundo na vastidão azul.

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