A Antártica grita em silêncio,
o branco derrete, recua sem perdão,
e o mar bebe o calor que deveria refletir.
O ciclo gira sozinho, voraz,
alimentando-se da própria destruição,
uma engrenagem invisível que não espera.
O Glaciar do Juízo Final estremece,
pesando sobre o futuro de todos os oceanos,
um aviso cru, sem margem para indiferença.
O gelo que se parte é memória que se perde,
cada centímetro arrastado para o mar
é uma cicatriz aberta no corpo da Terra.
Ainda podemos agir,
não para apagar o que já se foi,
mas para tentar desacelerar o inevitável.
O mundo observa, sente, hesita,
enquanto a Antártica chora,
e cada instante de demora faz o silêncio
ecoar mais fundo na vastidão azul.
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