Cada gole que tomo é viagem
através de eras que precedem o Sol,
átomos de hidrogénio e oxigénio
dançando sobre pó cósmico
em nuvens frias e silenciosas.
Antes da luz do nosso astro,
essas moléculas já existiam,
esperando pacientemente
para se tornarem mar, rio, célula.
Carrego em mim um fragmento do universo,
histórias de gelo interestelar
que atravessaram cometas e asteroides
para encontrar a forma de vida
que agora sou.
Beber é tocar o tempo,
sentir a poeira primordial,
reconhecer que somos filhos
de uma viagem sem fim,
um fio líquido que liga passado, presente e futuro.
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