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segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Águas do Princípio

No ventre do cosmos, ainda criança,

um cântaro invisível se abriu,

derramando águas milenares

sobre a chama de um buraco negro.

 

Não eram mares da Terra,

nem rios de barro e sal,

mas vapores antigos,

cercando um coração de trevas e luz.

 

Ali, onde tudo consome,

repousa também o que gera:

a água, promessa silenciosa,

guardada há doze bilhões de anos.

 

O universo sussurra um segredo:

mesmo no abismo, nasce a fonte;

mesmo na escuridão,

há sede de vida,

há lembrança do início.

 

E nós, pequenos navegantes,

olhamos o infinito

e reconhecemos em nós

essa mesma água,

essa mesma origem,

essa mesma esperança.

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