O universo expande-se, silencioso,
um tecido que se estica entre as estrelas,
afastando mundos que jamais tocaremos.
Há galáxias que se apagam no horizonte,
correndo mais velozes que a própria luz,
levando consigo histórias que nunca saberemos,
civilizações inteiras que nascem e morrem
como segredos guardados na escuridão.
Somos uma ilha de fogo e silêncio,
presa a um arquipélago finito,
enquanto o resto do cosmos se dissolve
num afastar sem regresso.
E, no entanto, mesmo na solidão estelar,
há consolo:
a consciência que observa,
o olhar que pergunta,
a centelha que insiste em sonhar
com encontros impossíveis.
Porque, ainda que nunca os alcancemos,
sabemos que, algures, no invisível,
outros olhos também se erguem à noite,
perguntando-se se estão sós.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.