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quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Ilhas no Infinito

O universo expande-se, silencioso,

um tecido que se estica entre as estrelas,

afastando mundos que jamais tocaremos.

 

Há galáxias que se apagam no horizonte,

correndo mais velozes que a própria luz,

levando consigo histórias que nunca saberemos,

civilizações inteiras que nascem e morrem

como segredos guardados na escuridão.

 

Somos uma ilha de fogo e silêncio,

presa a um arquipélago finito,

enquanto o resto do cosmos se dissolve

num afastar sem regresso.

 

E, no entanto, mesmo na solidão estelar,

há consolo:

a consciência que observa,

o olhar que pergunta,

a centelha que insiste em sonhar

com encontros impossíveis.

 

Porque, ainda que nunca os alcancemos,

sabemos que, algures, no invisível,

outros olhos também se erguem à noite,

perguntando-se se estão sós.

 

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