No silêncio invisível da célula,
milhões correm em direção ao mistério,
mas apenas um atravessa o véu,
abraça o centro guardado.
E quando se encontram,
um clarão desperta,
não é fogo, nem estrela,
é zinco em dança luminosa,
faísca primeira de uma história sem nome.
Nesse instante,
a vida escreve a sua primeira palavra,
um relâmpago microscópico
que nenhum olho nu pode ver,
mas que carrega o peso de todos os mundos.
Somos feitos desse brilho secreto,
dessa centelha escondida no início,
um rastro de luz
que nunca mais se apaga.
(Este poema foi inspirado na descoberta científica de que, no momento da
fecundação, há uma libertação de zinco que produz um brilho microscópico de
luz, uma faísca que marca o início da vida.)
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