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segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Ermo Cósmico

No ermo vasto do cosmos, perdido,

o silêncio é oceano e céu ao mesmo tempo;

cada estrela distante, um eco do ser,

cada sombra, um espelho do que carregamos.

 

Esquecidos, mas não vazios,

somos ilhas de consciência flutuando,

batendo contra correntes invisíveis,

sentindo o frio e o calor do próprio coração.

 

O mar escuro envolve, mas não aprisiona;

em cada respiração, uma constelação desperta,

em cada pensamento, uma ponte entre mundos,

e, em cada memória, a semente da eternidade.

 

Mesmo na solidão, há intimidade,

um diálogo silencioso entre o eu e o infinito,

um fio tênue que liga dor e beleza,

medo e coragem, sombra e brilho.

 

A luz que revela o oculto não consome;

ilumina, liberta, desperta.

No vazio, encontra sentido,

na escuridão, compreensão,

na vastidão, o próprio lar.

 

E, se o cosmos parece distante,

é para que nos lembremos

que, dentro de cada ser, pulsa o universo inteiro;

cada centelha de vida, cada sopro,

uma promessa de plenitude, mesmo entre estrelas apagadas.

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