No ermo vasto do cosmos, perdido,
o silêncio é oceano e céu ao mesmo tempo;
cada estrela distante, um eco do ser,
cada sombra, um espelho do que carregamos.
Esquecidos, mas não vazios,
somos ilhas de consciência flutuando,
batendo contra correntes invisíveis,
sentindo o frio e o calor do próprio coração.
O mar escuro envolve, mas não aprisiona;
em cada respiração, uma constelação desperta,
em cada pensamento, uma ponte entre mundos,
e, em cada memória, a semente da eternidade.
Mesmo na solidão, há intimidade,
um diálogo silencioso entre o eu e o infinito,
um fio tênue que liga dor e beleza,
medo e coragem, sombra e brilho.
A luz que revela o oculto não consome;
ilumina, liberta, desperta.
No vazio, encontra sentido,
na escuridão, compreensão,
na vastidão, o próprio lar.
E, se o cosmos parece distante,
é para que nos lembremos
que, dentro de cada ser, pulsa o universo inteiro;
cada centelha de vida, cada sopro,
uma promessa de plenitude, mesmo entre estrelas
apagadas.
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