A noite divide-se em espelhos,
razão e emoção distorcem o mesmo reflexo,
palavras erguem-se afiadas
mas tropeçam no coração em silêncio.
Há uma chama que arde demasiado depressa,
como raiva contida à procura de saída,
e há mãos que tremem, incapazes de decidir
se agarram ou se soltam o que dói.
No fundo da sombra, algo insiste:
não é ruína, é passagem.
Mesmo quando o peso da mente
esmaga o peito em silêncio,
um sopro de ternura rasga a fenda
e recorda que a beleza é insistente,
que o amor é uma força discreta
mas capaz de mover muralhas.
Entre vozes e sombras,
cada ser é chamado a escolher
se cede ao caos
ou se ousa renascer da própria ferida.
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