O dia arde antes de nascer,
correntes invisíveis percorrem a pele,
fazem o sangue pulsar com pressa,
sussurram segredos que não podemos calar.
Há choques, profundos e silenciosos,
como relâmpagos que atravessam ossos,
desejos que queimam antes de se entenderem,
medos que dançam junto à coragem.
O coração se abre e se parte,
balança entre lembranças antigas
e promessas que não ousamos tocar,
entre mãos que querem segurar
e sombras que pedem passagem.
Amor, luz e risco se confundem,
cada gesto é chama e vento,
cada encontro, uma tempestade,
cada suspiro, um mapa de mundos
que só o olhar consegue decifrar.
Mesmo na confusão,
há um fio que segura,
uma voz silenciosa que diz:
sente, vê, toca, existe.
E o corpo, por mais frágil,
aprende a navegar
no fogo que nos move
e na água que nos molda.
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