Ele caminhou, ou talvez apenas a sombra de alguém em quem disseram ver nele.
O pó da estrada misturava-se ao sangue e ao suor de homens comuns,
não com as glórias que séculos depois lhe atribuiriam.
Os livros vieram depois, mãos humanas a escrever sobre mãos humanas,
cada palavra moldada pelo poder, pela política, pelo medo de perder
controle.
E entre linhas e evangelhos, oficiais e esquecidos,
há vozes que questionam: quem realmente sofreu, quem realmente amou,
quem foi crucificado, quem escapou?
O nome ecoa, carregado de mil intenções:
sacerdotes, imperadores, sábios, impostores,
todos olhando através do mesmo véu,
todos tentando prender a luz de um homem que quis apenas andar livre.
A verdade se esconde entre o mito e o silêncio,
na sombra do que nos contaram e no espaço do que nos foi negado.
E mesmo assim, ele caminha, invisível, entre nós,
como um farol ou um enigma,
um reflexo de humanidade que ninguém pode possuir,
uma pergunta que resiste à resposta.
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