No coração das células, silencioso e incansável,
um guardião percorre trilhas invisíveis,
desfazendo nós, restaurando o que se rompeu,
tecendo novamente a tapeçaria da vida.
Nos neurónios, templos de memórias únicas,
ele reconstrói fissuras profundas,
as que poderiam apagar lembranças, apagar histórias.
Não se vê, mas se sente no pulso do existir,
na persistência de cada pensamento,
na força que resiste ao tempo e à decadência.
Duplo em natureza, sombra e luz coexistem:
cura e destruição, promessa e perigo,
um delicado equilíbrio entre a finitude e a
eternidade.
E cada célula que respira carrega o segredo:
há mãos invisíveis que consertam o mundo,
uma molécula de cada vez,
uma esperança silenciosa de vida prolongada,
um cântico à resistência, à memória, à eternidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.