Às vezes penso que a poesia é vão,
um sopro que não muda nada,
uma vela acesa num quarto fechado.
Mas mesmo no silêncio que deixa,
há luz: pequena, tênue, persistente,
um gesto que toca, que lembra,
que diz: “aqui estamos, ainda respiramos”.
Não precisa mudar o mundo inteiro,
basta atravessar o instante,
chegar a um coração
ou até ao mesmo ao meu.
E nessa travessia silenciosa,
a poesia cumpre seu milagre:
faz do invisível visível,
da solidão, companhia.
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