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terça-feira, 7 de outubro de 2025

Velas no Escuro

Às vezes penso que a poesia é vão,

um sopro que não muda nada,

uma vela acesa num quarto fechado.

 

Mas mesmo no silêncio que deixa,

há luz: pequena, tênue, persistente,

um gesto que toca, que lembra,

que diz: “aqui estamos, ainda respiramos”.

 

Não precisa mudar o mundo inteiro,

basta atravessar o instante,

chegar a um coração

ou até ao mesmo ao meu.

 

E nessa travessia silenciosa,

a poesia cumpre seu milagre:

faz do invisível visível,

da solidão, companhia.

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