Não há homens iluminados,
apenas conscientes;
aqueles que aprenderam a ver-se
sem fugir da própria noite.
Carregam as suas falhas
como quem leva uma lanterna trémula,
sabendo que a chama só existe,
porque há escuridão em volta.
Não pregam pureza,
nem prometem salvação,
apenas respiram fundo
e seguem,
um passo de cada vez,
entre o abismo e o milagre.
Sabem que a dor é mestra,
que o amor não é conquista,
mas entrega,
e que o perdão,
quando vem,
é um sopro silencioso
de lucidez.
Ser consciente
é olhar o mundo e não julgar,
é cair e reconhecer-se humano,
é continuar,
mesmo sem certezas,
porque a luz nunca foi destino,
mas caminho.
(Este poema “Os Conscientes” é uma reflexão sobre a experiência humana e a
capacidade de olhar para dentro, sem ilusões. Não se trata de luz ou perfeição
absoluta, mas da coragem de reconhecer a própria sombra e caminhar com
consciência. Cada queda, cada gesto de entrega ou perdão, é um passo no
entendimento do que significa ser humano. O poema não pretende julgar, mas
oferecer um espelho para quem lê, um convite a sentir a própria lucidez e
a aceitar que a consciência nasce na honestidade consigo mesmo.)
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