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segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Os Conscientes

Não há homens iluminados,

apenas conscientes;

aqueles que aprenderam a ver-se

sem fugir da própria noite.

 

Carregam as suas falhas

como quem leva uma lanterna trémula,

sabendo que a chama só existe,

porque há escuridão em volta.

 

Não pregam pureza,

nem prometem salvação,

apenas respiram fundo

e seguem,

um passo de cada vez,

entre o abismo e o milagre.

 

Sabem que a dor é mestra,

que o amor não é conquista,

mas entrega,

e que o perdão,

quando vem,

é um sopro silencioso

de lucidez.

 

Ser consciente

é olhar o mundo e não julgar,

é cair e reconhecer-se humano,

é continuar,

mesmo sem certezas,

porque a luz nunca foi destino,

mas caminho.

 

 

(Este poema “Os Conscientes” é uma reflexão sobre a experiência humana e a capacidade de olhar para dentro, sem ilusões. Não se trata de luz ou perfeição absoluta, mas da coragem de reconhecer a própria sombra e caminhar com consciência. Cada queda, cada gesto de entrega ou perdão, é um passo no entendimento do que significa ser humano. O poema não pretende julgar, mas oferecer um espelho para quem lê, um convite a sentir a própria lucidez e a aceitar que a consciência nasce na honestidade consigo mesmo.)

 

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