São ingratos;
trocam o amigo pela sombra do poder,
sorriem enquanto traem,
e choram apenas quando perdem.
A coragem é disfarce de medo,
a fé, uma moeda de troca,
e o amor,
a mais hábil das ilusões.
Cada palavra é máscara,
cada gesto, cálculo
e no espelho, o homem
descobre o animal
que aprendeu a mentir.
(Este poema inspira-se numa reflexão de Maquiavel sobre a natureza humana,
a sua capacidade de fingimento, ingratidão e desejo. Não busca julgá-la, mas
compreendê-la: olhar as sombras que habitam em nós e reconhecer nelas o espelho
do que também somos.)
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