Vive este dia
como se fosse o único,
porque é.
O passado já se desfez
no pó das tuas memórias,
e o futuro dorme ainda
no ventre do possível.
Só este instante respira contigo;
é nele que o tempo se curva
para te oferecer sentido.
Não peças mais do que ele traz:
um sopro, uma luz breve,
um gesto que pode mudar tudo
ou nada,
mas é teu.
E se o viveres inteiro,
sem fuga nem espera,
terás tocado, por um momento,
a eternidade.
(“Cada Dia” inspira-se num pensamento de Sêneca sobre o tempo e a
serenidade: o convite a viver o presente como uma vida inteira, sem ser
prisioneiro do que já passou nem do que ainda virá. O poema reflete essa
filosofia estóica, a arte de habitar o agora com plenitude, reconhecendo que
cada instante, quando plenamente vivido, contém em si a eternidade.)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.