Quando a luz se despede,
as plantas inclinam-se, devotas,
num gesto antigo de confiança.
Não lutam contra a sombra,
sabem que o escuro também alimenta.
As folhas fecham-se
como mãos em oração,
guardando o sopro verde
que amanhã voltará a erguer-se.
Enquanto nós, inquietos,
contamos horas e medos,
elas apenas respiram,
no compasso perfeito
do que aceita o tempo.
Quem as observa aprende:
não é sempre tempo de florir.
Às vezes, é preciso dormir
para continuar a crescer.
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