Seguidores

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

O Mestre e o Amante

Há em cada ser dois que se buscam:

um que ensina o caminho,

e outro que o percorre.

 

O mestre fala em claridade,

mas é o amante quem o compreende,

porque o desejo é uma forma de escuta.

 

O saber quer eternidade,

o amor quer presença,

e ambos se curvam um diante do outro,

reconhecendo-se na imperfeição.

 

Quando se tocam, o tempo suspende o fôlego:

a carne aprende o verbo,

e o verbo aprende a sentir.

 

Não há hierarquia nesse encontro,

nem queda, nem ascensão,

há apenas o instante em que o humano

se torna templo,

e o divino, respiração.

 

 

 

(Este poema nasce do encontro entre o mestre e o amante, duas forças que habitam o mesmo ser. Pode ser lido como a história de dois homens que se encontram, ou como o gesto secreto que une espírito e carne, ensino e desejo. Não define, apenas revela o instante em que o humano toca o divino.)

 

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.