Dias, há, em que o ar pesa,
como se o mundo tivesse esquecido de respirar.
Ninguém escapa a eles,
nem o santo, nem o sábio,
nem o que finge leveza.
São dias em que a alma acorda cansada,
sem saber de quê,
e o tempo se arrasta
com passos de pedra.
Mas mesmo assim,
há um fio invisível que nos liga,
uma ternura antiga que sussurra:
“aguenta mais um pouco.”
Porque no coração de cada noite
alguém também luta,
e resiste,
e essa partilha secreta
é o que mantém o mundo de pé.
(“Os Dias Densos” nasce da observação silenciosa das horas em que a
existência parece pesar mais do que devia. Não é um lamento, mas um
reconhecimento: todos atravessamos momentos em que a luz se esconde. Este poema
recorda que mesmo nessas sombras há uma ligação invisível entre nós; o simples
gesto de continuar é, por si, uma forma de esperança.)
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