Há dias em que o corpo segue,
mas a alma fica para trás,
presa a um silêncio que pesa,
a um vazio sem apelido.
Mesmo assim, caminho,
não por coragem,
mas por instinto,
como quem respira só para não afundar.
As feridas falam baixo,
e eu aprendo a escutá-las
sem pedir que se calem.
Há uma dignidade estranha
em continuar, mesmo partido.
Porque há algo em nós
que insiste em mover-se
mesmo quando o coração se arrasta,
algo que sabe
que viver é avançar,
ainda que cada passo doa
como despedida.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.