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sábado, 4 de outubro de 2025

Lado a lado

Do uivo distante do lobo

nasceu o murmúrio junto à fogueira,

um olhar que não caçava presas,

mas buscava rostos,

encontrando casa no coração humano.

 

O cão aprendeu a ler silêncios,

a seguir o gesto da mão,

a traduzir no coração

o idioma invisível dos homens.

 

E nós aprendemos com ele

a ternura da vigília,

o consolo que não fala,

a fidelidade sem palavras.

 

Não paramos de nos reinventar:

eles, com passos atentos

pelas ruas das nossas cidades;

nós, com um amor antigo

que ainda nos ensina a ser gente.

 

E se a evolução é correnteza,

não caminhamos sós:

homem e cão, lado a lado,

inventando juntos

um futuro de afetos.

 

 

(Este poema foi inspirado na caminhada conjunta de humanos e cães ao longo da história, como parceiros que evoluem não apenas na sobrevivência, mas também no afeto e na partilha silenciosa do existir.)

 

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