I — O Limite do Saber
Há um ponto em que o saber se curva,
onde as palavras se desfazem no silêncio,
e o homem, diante do imenso,
descobre-se pequeno,
e livre.
Aquele que mais conhece
é o que aprende a inclinar-se diante do mistério,
sem medo de não possuir resposta.
Quem tudo afirma
ergue muros de certeza;
quem duvida
abre janelas para o infinito.
A verdadeira sabedoria
não grita, escuta.
Aceita o não saber
como quem toca a borda do universo
e compreende que o abismo
também é espelho.
II — O Mar do Infinito
Quanto mais fundo mergulho,
mais vasto se torna o mar.
A cada resposta, nasce um eco,
um horizonte que recua.
Pensei, um dia, compreender o mundo,
mas o mundo não cabe nas palavras;
é feito de silêncios,
de perguntas que se olham sem falar.
O sábio não ergue certezas,
acolhe o espanto,
aprende a dançar com o incerto,
como quem aceita a noite
sem exigir que haja luar.
Saber é perder-se com consciência,
reconhecer-se ínfimo
diante do infinito
e, ainda assim, sorrir.
Porque há grandeza
em não saber tudo,
e liberdade
em continuar a procurar.
(Estes poemas foram inspirados na reflexão de que a
verdadeira sabedoria surge, quando reconhecemos a vastidão da nossa ignorância
e aprendemos a viver com o mistério do desconhecido.)
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