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segunda-feira, 6 de outubro de 2025

O Limite do Saber / O Mar do Infinito

I — O Limite do Saber

 

Há um ponto em que o saber se curva,

onde as palavras se desfazem no silêncio,

e o homem, diante do imenso,

descobre-se pequeno,

e livre.

 

Aquele que mais conhece

é o que aprende a inclinar-se diante do mistério,

sem medo de não possuir resposta.

 

Quem tudo afirma

ergue muros de certeza;

quem duvida

abre janelas para o infinito.

 

A verdadeira sabedoria

não grita, escuta.

Aceita o não saber

como quem toca a borda do universo

e compreende que o abismo

também é espelho.




II — O Mar do Infinito

 

Quanto mais fundo mergulho,

mais vasto se torna o mar.

A cada resposta, nasce um eco,

um horizonte que recua.

 

Pensei, um dia, compreender o mundo,

mas o mundo não cabe nas palavras;

é feito de silêncios,

de perguntas que se olham sem falar.

 

O sábio não ergue certezas,

acolhe o espanto,

aprende a dançar com o incerto,

como quem aceita a noite

sem exigir que haja luar.

 

Saber é perder-se com consciência,

reconhecer-se ínfimo

diante do infinito

e, ainda assim, sorrir.

 

Porque há grandeza

em não saber tudo,

e liberdade

em continuar a procurar.

 


(Estes poemas foram inspirados na reflexão de que a verdadeira sabedoria surge, quando reconhecemos a vastidão da nossa ignorância e aprendemos a viver com o mistério do desconhecido.)

 

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