Há momentos em que a alma se perde,
como um rio que se esconde sob a neve,
onde certezas se dissolvem
e até o próprio reflexo parece incerto.
O coração cansado busca chão firme,
mas o chão se afasta, e só resta o vento,
o sopro que atravessa todos os seres,
a ponte invisível entre o agora e o eterno.
É nesse espaço de silêncio e dúvida
que se revela o que é essencial:
não a forma que se pensa ter,
nem o caminho que julgamos percorrer,
mas a presença que pulsa em nós,
o eco de cada gesto que toca outro ser.
E assim, mesmo na solidão e na confusão,
o mundo continua a girar,
e a luz que parecia distante
sussurra que tudo é preparação,
para que, quando a névoa se dissipe,
possamos finalmente ver
não só a nós mesmos,
mas a vastidão que nos envolve.
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