O mundo acelerou
e o coração ficou para trás,
preso à cadência antiga
de quem ainda escuta antes de responder.
Tudo se move com fome de futuro,
mas o futuro não espera por ninguém.
A memória pesa,
as raízes ardem num chão que já não reconhece o passo.
Há quem diga que é progresso,
mas há olhos que se perdem
no brilho das superfícies,
enquanto a alma procura sombra para respirar.
Nem tudo o que muda é renascimento,
nem toda a perda é ruína,
às vezes é o espaço que se abre
para o que ainda não aprendemos a compreender.
E talvez o sentido
não esteja no acompanhar,
mas no permanecer inteiro,
mesmo quando o mundo se desfaz em pressa.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.