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quinta-feira, 9 de outubro de 2025

O Tempo dos Desencontros

O mundo acelerou

e o coração ficou para trás,

preso à cadência antiga

de quem ainda escuta antes de responder.

 

Tudo se move com fome de futuro,

mas o futuro não espera por ninguém.

A memória pesa,

as raízes ardem num chão que já não reconhece o passo.

 

Há quem diga que é progresso,

mas há olhos que se perdem

no brilho das superfícies,

enquanto a alma procura sombra para respirar.

 

Nem tudo o que muda é renascimento,

nem toda a perda é ruína,

às vezes é o espaço que se abre

para o que ainda não aprendemos a compreender.

 

E talvez o sentido

não esteja no acompanhar,

mas no permanecer inteiro,

mesmo quando o mundo se desfaz em pressa.

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