Diziam que o universo duraria para sempre,
mas até o silêncio se desfaz em pó.
As estrelas, que julgávamos eternas,
podem apagar-se num sopro breve,
como se o tempo fosse feito de vidro
que se estilhaça na palma do infinito.
Nem o negro mais profundo é absoluto,
pois até o abismo se consome a si mesmo,
gota a gota,
como um segredo que não sabe calar.
Se tudo evapora:
a luz, a matéria, o corpo, o instante,
o que nos resta senão este agora?
Frágil,
improvável,
mas brilhando como chama no vento,
contra a noite que um dia
também aprenderá a morrer.
(Este poema foi inspirado nas ideias sobre buracos negros e radiação de
Hawking, refletindo sobre a impermanência cósmica e a efemeridade da
existência.)
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