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quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Evaporação

Diziam que o universo duraria para sempre,

mas até o silêncio se desfaz em pó.

 

As estrelas, que julgávamos eternas,

podem apagar-se num sopro breve,

como se o tempo fosse feito de vidro

que se estilhaça na palma do infinito.

 

Nem o negro mais profundo é absoluto,

pois até o abismo se consome a si mesmo,

gota a gota,

como um segredo que não sabe calar.

 

Se tudo evapora:

a luz, a matéria, o corpo, o instante,

o que nos resta senão este agora?

 

Frágil,

improvável,

mas brilhando como chama no vento,

contra a noite que um dia

também aprenderá a morrer.

 

 

(Este poema foi inspirado nas ideias sobre buracos negros e radiação de Hawking, refletindo sobre a impermanência cósmica e a efemeridade da existência.)

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