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terça-feira, 21 de outubro de 2025

O Agora

Não há ontem,

nem há amanhã,

há apenas este sopro

que toca o peito e some.

 

O tempo é uma invenção dos que temem parar,

mas o instante não mente;

é aqui que tudo vive,

é aqui que tudo cessa.

 

Respira.

Não persigas o que passou,

não prepares o que virá.

O agora é uma nascente

onde o coração se lava

de tudo o que foi e do que ainda sonha ser.

 

Quem aprende a morar neste silêncio

descobre que o mundo

nunca deixou de o abraçar.

 

 

(Este poema inspira-se numa reflexão de Sêneca sobre a serenidade e o tempo. Recorda-nos que a mente humana tende a vaguear, presa ao que já foi ou ao que poderá vir, e que, nesse movimento incessante, perde o que é real: o instante  presente. Não é um convite à indiferença, mas à presença; a reconhecer que a vida acontece apenas aqui, neste agora que nos sustém e que, por si só, é suficiente.)

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