Quem prova o fruto da lucidez
nunca mais volta inteiro.
Algo se parte,
um véu que não regressa ao olhar.
O sabor é doce e cortante,
mistura de claridade e perda,
cada semente guarda um exílio,
cada lampejo, queda.
Depois do primeiro saber
já não há jardim,
só o campo vasto do real,
onde se aprende a caminhar
com olhos que já viram demais.
E mesmo assim,
há quem volte a colher,
não por fome,
mas destino,
porque há almas
que nasceram para conhecer,
mesmo que isso lhes custe o paraíso.
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