Antes de haver fronteiras,
o divino tinha muitos nomes.
Isa ergueu-se da água;
teceu corpo à memória.
Rá abriu o horizonte;
sol que acorda o pó e o espírito.
El soprou sobre o silêncio;
raízes do que ainda respira em nós.
E quando os nomes se tocaram,
um novo eco nasceu:
Israel.
Não tribo,
nem sangue,
mas lembrança do encontro.
O tempo vestiu o nome com muralhas,
fez dele bandeira e limite.
E o vento esqueceu-se de cantar
os nomes que o criaram.
Mas sob cada pedra dorme ainda
a deusa, o sol, o sopro,
e quem escuta com o coração
pode ouvi-los sussurrar:
Nada do que é divino
nasce de um só nome.
(Este poema foi inspirado nas raízes linguísticas e mitológicas do nome
Israel, este poema evoca a fusão simbólica dos antigos deuses Isa, Rá e El,
vestígios de um sincretismo primordial que antecede as tradições tribais e
religiosas que moldaram a história.)
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