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quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Sopro Humano

Não falo de um eu isolado

mas do que pulsa em todos

que buscam e despertam

entre a sombra e a luz do mundo

 

Escuto o humano e o divino

num mesmo sopro

testemunho do que nasce e morre

nos corações nas mãos na terra nas estrelas

 

Não confesso apenas escuto

não relato apenas ecoa

o que a consciência reconhece

quando o mundo se cala e a verdade se pronuncia

 

Palavras que não me pertencem

atravessam aqueles que já sentiram

a solidão do despertar

a coragem de amar sem concessões

o impulso de conhecer sem limites

 

Aqui reside a poesia

no instante em que o humano se lembra do cosmos

e o cosmos devolve o sopro ao humano

 

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