Quando os que comandam esquecem a vergonha,
o poder torna-se sombra, pesada e sem rosto.
E quando os que obedecem perdem o respeito,
o coração da cidade enfraquece,
como árvores sem raízes num vento hostil.
O ciclo é cruel: liderança sem consciência
enche o mundo de imposições vazias,
submissão sem discernimento
fecha portas ao que é justo e verdadeiro.
Somente onde há vergonha e respeito
reside a dignidade humana;
somente nela floresce a liberdade.
(Este poema inspira-se na reflexão de Georg Christoph Lichtenberg sobre
poder, vergonha e respeito. Procura explorar como a perda de limites éticos,
por quem comanda, e a perda de discernimento, por quem obedece, geram
desequilíbrios na vida coletiva. Não se trata de um julgamento, mas de um
convite à atenção, para que, mesmo diante de hierarquias e responsabilidades,
permaneçamos conscientes da integridade e do respeito mútuo que sustentam
qualquer sociedade.)
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