Subi.
Subi porque me disseram que o alto
era o lugar dos fortes,
e vi, sob meus pés,
rostos que me sustentavam,
sem nomes,
sem vozes.
Cada degrau era uma mentira
com perfume de vitória,
e quanto mais alto,
menor eu ficava.
Então o vento trouxe um espelho.
Não refletia o céu,
nem a glória.
Refletia mãos cansadas,
olhares iguais ao meu,
a fome que também era minha.
Desci.
Não por fraqueza,
mas por lucidez
e descobri que o mundo não se ergue
sobre ombros,
mas sobre abraços.
E que ninguém chega ao cume sozinho,
sem que o chão também se levante com ele.
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