Há uma força que não se vê,
mas move o mundo por dentro,
um sopro discreto que toca o instante
sem jamais precisar de prova.
Habita o intervalo entre o pensar e o sentir,
nos silêncios que antecedem as palavras,
nos gestos que nascem sem cálculo,
como se o universo respirasse através de nós.
Não tem rosto, nem nome,
mas revela-se no que permanece:
na bondade sem testemunhas,
na coragem que não precisa de palco,
na fé que resiste mesmo quando duvida.
O invisível não está além,
vive em cada ato que nos aproxima,
em cada dor que se transforma em compreensão,
em cada queda que ensina o caminho.
E talvez o divino seja isto:
uma presença sem ruído,
um olhar que atravessa a matéria
e reconhece a alma em tudo o que respira.
Quem escuta aprende a caminhar
com humildade e espanto,
sabendo que o mistério não se explica,
apenas se sente,
em cada respiração
que se torna oração.
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