Nascemos com sombras que não pedimos,
com memórias que nos habitam antes de sabermos,
com leis silenciosas de medo e culpa
que moldam o passo, mesmo antes do primeiro grito.
Algumas correntes vêm da carne,
outras do olhar que nos ensinou a medir-nos,
e crescemos aprendendo a pesar cada escolha
com o peso de antepassados que nunca vimos.
E, ainda assim, há uma força que persiste:
um impulso de olhar além das grades,
de sentir que a própria respiração
pode desenhar um espaço novo,
onde a herança não determine o limite,
e a liberdade se construa
sobre o respeito ao passado,
mas sem ficar presa por ele.
Ser humano é carregar o que veio antes
e, mesmo assim, encontrar um sentido
que abra uma fenda para o infinito.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.