O Homem olha para baixo do céu,
e no seu olhar tremem perguntas
antigas.
Busca um chão invisível,
um abraço que não conhece,
um sopro que lhe responda.
Deus é invocado como promessa,
não por ser entendido,
mas porque o medo o exige.
Cada prece é um apelo de quem teme,
não um gesto de quem compreende.
O Homem não pede por fé,
pede por desespero,
espera um sinal, uma intervenção,
uma âncora na maré dos dias.
E talvez Deus,
mais do que presença,
seja o eco da sede humana,
a miragem que embala a solidão.
O Homem segue,
não em certeza,
mas em desejo,
não em luz,
mas em sede.
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