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segunda-feira, 14 de julho de 2025

Sob o Céu / J.M.J.

O Homem olha para baixo do céu,

e no seu olhar tremem perguntas antigas.

 

Busca um chão invisível,

um abraço que não conhece,

um sopro que lhe responda.

 

Deus é invocado como promessa,

não por ser entendido,

mas porque o medo o exige.

 

Cada prece é um apelo de quem teme,

não um gesto de quem compreende.

 

O Homem não pede por fé,

pede por desespero,

espera um sinal, uma intervenção,

uma âncora na maré dos dias.

 

E talvez Deus,

mais do que presença,

seja o eco da sede humana,

a miragem que embala a solidão.

 

O Homem segue,

não em certeza,

mas em desejo,

não em luz,

mas em sede.

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