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sexta-feira, 11 de julho de 2025

No Dia da Festa / J.M.J.

Um dia,

quando já não houver dor nos ombros

nem pressentimentos a apertar o peito,

ver-te-ei chegar,

leve, inteiro,

como quem regressa

de uma longa travessia em silêncio.

 

Nesse lugar sem nome

onde o tempo não pesa

e o corpo já não dói,

celebraremos a leveza

como quem acende uma vela

num quarto sem janelas.

 

Estarás livre

da pele que hoje te veste o cansaço,

dos gritos que nunca disseste,

do medo que te roubou o riso.

E eu,

reconhecendo-te nos olhos,

dir-te-ei:

"Chegaste."

 

Haverá pão na mesa,

música que não exige esforço,

e palavras tão simples

que não magoam.

 

E ali,

sem urgência,

sem peso,

faremos festa

não porque vencemos,

mas porque sobrevivemos,

e finalmente,

nos lembrámos de quem somos.

 

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