Deus desceu sobre uma menina,
sem perguntar se ela queria ser
mãe,
sem dar-lhe espaço para escolher
o que faria do seu corpo,
da sua juventude ainda em flor.
Uma menina, quase um sonho,
foi escolhida para gerar o Filho.
Mas quem escolheu Maria?
Quem lhe deu o direito de decidir?
José, homem já de idade,
não era o pai, mas o guardião
de um segredo imposto,
de um destino que não era seu.
Maria, ainda sem entender,
não questionou,
não podia questionar.
Sua vontade foi subjugada,
pela palavra de um Deus
que a tudo toma,
e a ninguém pergunta.
Era jovem demais,
mas mesmo assim o corpo foi tomado,
como algo dado a um plano
que não era dela.
E Deus, com a sua vontade absoluta,
não se preocupou com o que era
certo
ou o que era justo.
A menina tornou-se mãe,
não por sua escolha,
mas pela imposição divina
que, se hoje fosse feito por
qualquer homem,
seria chamado de crime.
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