Ana não teve evangelho,
embora tenha dado à luz a que seria
a mãe.
Gerou Maria no recato,
num tempo em que ser mulher
era estar sempre do lado de fora da
história.
Não teve anjo a anunciar,
não teve estrela, nem visita de reis,
teve dores,
teve sangue,
teve noites longas de vigília
e olhos gastos de oração.
Mas o seu nome é rodapé
na Bíblia dos homens.
Foi degrau,
foi ponte,
foi silêncio onde Deus pôs os pés.
Ana não foi escolhida,
foi esquecida.
Como tantas.
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