Sou o ínfimo,
pó de um corpo que gira
num canto de uma espiral sem nome,
e mesmo assim, pergunto.
Sou o silêncio entre dois astros
mas trago dentro a inquietação das estrelas,
será que noutros lugares,
também se maravilham com o milagre do crescer?
Talvez haja mundos onde a seiva
tenha outra cor,
e a água dance noutra frequência,
mas também ali se sonhe,
também ali se chore ao nascer.
Ou talvez sejamos o único espanto
num teatro de vazio,
e isso nos torne ainda mais sagrados,
como quem transporta o único fogo
num universo frio.
Grão que pensa,
sopro que sonha,
faísca breve
num mar de silêncio,
mas vivo.
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