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sábado, 12 de julho de 2025

Grão que pensa o universo / J.M.J.

Sou o ínfimo,

pó de um corpo que gira

num canto de uma espiral sem nome,

e mesmo assim, pergunto.

 

Sou o silêncio entre dois astros

mas trago dentro a inquietação das estrelas,

será que noutros lugares,

também se maravilham com o milagre do crescer?

 

Talvez haja mundos onde a seiva

tenha outra cor,

e a água dance noutra frequência,

mas também ali se sonhe,

também ali se chore ao nascer.

 

Ou talvez sejamos o único espanto

num teatro de vazio,

e isso nos torne ainda mais sagrados,

como quem transporta o único fogo

num universo frio.

 

Grão que pensa,

sopro que sonha,

faísca breve

num mar de silêncio,

mas vivo.

 

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