Nasceu do abalo,
não o fim,
mas o princípio de uma dança.
Theia chegou como relâmpago antigo,
feriu a Terra,
e da ferida brotou a que viria a ser
sua irmã, sua sombra luminosa,
o espelho do Sol.
Entre cinzas e fogo,
um sopro de destino uniu
as órbitas, os ritmos, os silêncios.
Desde então,
giram juntas,
um corpo e o seu reflexo,
um lume e a sua lembrança.
A Lua,
olho que vela enquanto dormimos,
face muda que tudo sente,
toca os mares, os seios, as sementes,
e cada pulsação no ventre do tempo.
Nenhuma noite está só.
Nenhum passo é alheio ao seu olhar.
Inseparáveis,
não por força,
mas por escolha do universo
em transformar ruína em promessa,
choque em laço,
vazio em vibração.
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