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sábado, 12 de julho de 2025

Deus Que Não É Dos Homens / J.M.J.

Não habita catedrais

nem se curva a incensos,

não exige fiéis,

nem fala por livros que sangraram mãos.

 

Não tem rosto,

nem nome que o defina,

é sopro,

e está em tudo.

 

Não nasceu de Abraão,

nem foi eleito por tribo alguma,

não castiga o que é sombra,

porque conhece a raiz da noite.

 

É ritmo na espiral do DNA,

voz no silêncio entre os átomos,

amor que não pede nada

e dá tudo,

sem contrato,

sem altar.

 

Nunca disse: “Tu és meu povo.”

mas antes:

“Tu és.”

 

E isso basta.

 

Está no grão que germina,

na estrela que colapsa,

no beijo que cura sem razão.

 

Não quer ser temido,

nem adorado,

quer apenas ser vivido.

 

E se algum homem o negar

em nome de um dogma,

de um templo,

de uma moral…

 

ele sorrirá,

com o infinito nos olhos

e dirá apenas:

 

“Sou mais antigo que o medo,

e mais livre do que tu consegues imaginar.”

 

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