Não habita catedrais
nem se curva a incensos,
não exige fiéis,
nem fala por livros que sangraram mãos.
Não tem rosto,
nem nome que o defina,
é sopro,
e está em tudo.
Não nasceu de Abraão,
nem foi eleito por tribo alguma,
não castiga o que é sombra,
porque conhece a raiz da noite.
É ritmo na espiral do DNA,
voz no silêncio entre os átomos,
amor que não pede nada
e dá tudo,
sem contrato,
sem altar.
Nunca disse: “Tu és meu povo.”
mas antes:
“Tu és.”
E isso basta.
Está no grão que germina,
na estrela que colapsa,
no beijo que cura sem razão.
Não quer ser temido,
nem adorado,
quer apenas ser vivido.
E se algum homem o negar
em nome de um dogma,
de um templo,
de uma moral…
ele sorrirá,
com o infinito nos olhos
e dirá apenas:
“Sou mais antigo que o medo,
e mais livre do que tu consegues imaginar.”
Sem comentários:
Enviar um comentário