Pede-se um milagre,
mas não se oferece a alma.
Clama-se por amor,
sem o gesto que o prova.
Invoca-se um nome antigo,
não para o seguir,
mas para que sirva.
Erguem-se promessas,
vazias,
como templos de vento.
Olha-se o céu,
implora-se protecção,
mas os passos continuam
afastados do caminho.
Quer-se a bênção,
não a transformação.
Quer-se a cura,
não a entrega.
Fala-se de fé,
mas a fé é usada
como moeda de troca.
No fundo,
não é Deus que se procura,
é apenas um eco do medo,
uma sombra moldada à medida
do que falta dentro.
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